Ellie e Joel estão de volta na continuação mais aguardada do universo gamer dos últimos anos. Complexo e recheado de paradoxos que permeiam a sociedade, o jogo chegou para quebrar tabus de vez e aguçar o imaginário dos jogadores. De fato, “The last of us part 2” é uma verdadeira distopia que nos leva a pensar sobre diversos temas, entre eles: a representatividade LGBTQI+.
O game chegou com muitas expectativas e polêmicas a seu respeito devido a sua longa produção. Em relação a sua qualidade não há o que se questionar, o tempo de espera valeu a pena e a produção está um primor visualmente, além de apresentar uma narrativa eletrizante. Entretanto, o fato de apresentar uma personagem principal lésbica gerou revolta em muitas pessoas.
É interessante analisar a reação dos jogadores ao se depararem com uma protagonista lésbica e como isso pode interferir em suas experiências diante ao jogo. Aliás, muitos já avaliavam o jogo com nota 0 nos sites de críticas, como o Metacritic, antes mesmo de sua estréia somente pelo fato de conter temática LGBTQI+.
Não obstante a nota, comentários repletos de homofobia e outros preconceitos ainda podem ser encontrados por diversas páginas na internet.
A realidade da avaliação da crítica especializada é uma lástima para os que se prestam a esse papel, pois o game consegue performar acima dos 9 (em uma escala de 10), na maioria das análises. Devido às ações preconceituosas, muitas vezes orquestradas, os sites que refletem a média do público, infelizmente, sofrem graves consequências, derrubando a média do jogo para 5.
O jogo é um importante paralelo para desmistificar muitos preconceitos de quem o joga. Podemos observar que a personagem sofre das mesmas angústias, dúvidas, alegrias e tristezas de uma pessoa “comum”. Isso é óbvio para quem pertence à comunidade LGBTQI+ ou possui acesso a sua cultura, mas para uma comunidade de gamers heteronormativos que muitas vezes não nos enxergam como iguais (não todos), pode ser uma desilusão para muitos se identificarem com uma personagem lésbica e suas escolhas durante o percurso.
O poder feminino
Também é fato que a grande campanha contra o game não teve apenas conotação homofóbica, pois o machismo também está presente. Apesar de não ser uma novidade a indústria dos jogos apresentar protagonistas femininas, é surpreendente não as vermos em roupas sensuais para agradar o ego masculino, ou com personagens masculinos no plano de fundo da história para sempre salvá-las do perigo eminente.
Afinal, só o fato da narrativa ser fundamentada em torno de mulheres fortes e capazes, que sabem lidar com qualquer situação, já é o suficiente para fomentar o machismo, não é mesmo?
Evitaremos dar mais detalhes para não trazer spoilers e prejudicar a experiência de quem possa jogar futuramente, porém, essa simples explicação já mostra o porquê é tão difícil para um preconceituoso saber lidar com a complexidade do jogo. Resta saber se eles realmente jogaram, o que duvidamos.
Sucesso de vendas
Apesar dos esforços dos preconceituosos, o jogo já é um sucesso de vendas e foi o exclusivo da Sony que mais vendeu em sua primeira semana (4 milhões). Segundo o site superdataresearsh liderou as vendas no mês de junho na categoria console. O game também foi o mais vendido do Brasil no mês, ultrapassando clássicos como FIFA e PES e lidera ou faz parte do top 5 na maioria dos países ao redor do globo.
Opinião final: o jogo é maravilhoso e venceu muitos preconceitos, pois ajuda no aprendizado sobre luto, traumas e, principalmente, a empatia. Recomendamos que o jogue para ter uma melhor experiência a respeito de sua narrativa e também pela jogabilidade, que não deixa nada a desejar.
PS: se você é sensível e não suporta cenas fortes, esse não é o jogo certo para você! =D
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